Addyi, Viagra feminino

Uma das notícias mais comentadas desta semana foi a aprovação, em território norte-americano, do primeiro medicamento produzido para aumentar o apetite sexual feminino, ou libido. O remédio é cor de rosa e tem o nome comercial de Addyi, sendo popularmente conhecido como ‘Viagra feminino‘. Mas, será mesmo que este medicamento é capaz de realizar as mesmas façanhas que o velho de guerra Viagra? A resposta, de antemão, é não. Entenda.
Em primeiro lugar, a pílula rosa não tem nada a ver com o Viagra – que foi desenvolvido com um principio ativo que cria ereções na região genital por meio do aumento do fluxo sanguíneo. O Addyi, no entanto, promete aumentar o desejo sexual, isto é, ele não age na região genital, mas, sim, no Sistema Nervoso Central. Ou seja: apesar da propaganda ser voltada ao publico feminino, a grande verdade é que o medicamento serve para aumentar o desejo de ambos os sexos.
Outro ponto que difere totalmente do Viagra masculino: você não vai tomar “metadinha” antes da relação sexual e logo ficar animada para uma noite daquelas. O remédio é um tratamento, o que significa dizer que você deve tomá-lo diariamente durante algumas semanas para que surta o efeito esperado.
A droga chegará ao mercado dos Estados Unidos com a finalidade de tratar a falta de desejo sexual de mulheres em idade pré-menopausa que tiveram uma redução considerável – e inexplicável – da libido. Mas, na verdade, a droga foi inicialmente desenvolvida para ser um novo tipo de antidepressivo, já que o princípio ativo flibanserin atua em substâncias do cérebro ligadas ao humor e apetite.

Funciona mesmo?

A eficácia do Addyi é um pouco polêmica. Um dos testes clínicos mostrou que as mulheres que fizeram uso do flibanserin disseram ter tido, em média, 4,4 “experiências sexuais satisfatórias” em um mês contra 3,7 no grupo que consumiu placebo e 2,7 antes de iniciado o estudo. O resultado mostra que a diferença entre o medicamento falso e o Addyi não teve uma diferença muito expressiva.

Efeito colateral e contraindicação

Outro tópico polêmico. O ‘Viagra feminino‘ não pode ser consumido, de maneira alguma, junto de bebidas alcoólicas, porque isso aumenta os riscos de desmaios. O próprio princípio ativo flibanserin já carrega o risco de diminuição da pressão arterial, desmaios, sonolência, náuseas e tonturas. A preocupação dos médicos é, justamente, saber que dificilmente a mulher que tomará o Addyi irá abster-se do álcool, o que acaba se tornando um perigo à saúde das mulheres.

Vendas

A previsão é que o grupo farmacêutico Sprout Pharmaceuticals, fabricante do Addyi, inicie as vendas nos Estados Unidos a partir do dia 17 de outubro. O medicamento será vendido apenas em farmácias credenciadas e com prescrição de médicos certificados pelo fabricante. O preço não foi divulgado e as vendas no Brasil dependem da aprovação do nosso órgão regulador, no caso, a Agência de Vigilância Sanitária – Anvisa. No mais, caso chegue ao nosso país, o remédio precisará de prescrição médica similar ao de antidepressivos, então, não será algo acessível, uma vez que terá a finalidade de tratamento.

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